P. FRANCISCO NUNES DA SILVA (1788-1869): PATRONO DO OPERARIADO DE SANTARÉM – INVENTÁRIO DOS BENS | Arquivo Distrital de Santarém
Saltar os Menus

Notícias

2 de Maio de 2025

P. FRANCISCO NUNES DA SILVA (1788-1869): PATRONO DO OPERARIADO DE SANTARÉM – INVENTÁRIO DOS BENS

PT-ADSTR-JUD-TJSTR – 1.º Ofício, mç. 29, n.º 31, f.1 (capa)

PT-ADSTR-JUD-TJSTR – 1.º Ofício, mç. 29, n.º31, f.63 (testamento)

PT-ADSTR-JUD-TJSTR – 1.º Ofício, mç. 29, n.º31, f.288 (descrição de bens)

PT-ADSTR-JUD-TJSTR – 1.º Ofício, mç. 29, n.º31, f.538  (riscos do mausuléu de autoria de Augusto Alves Loureiro)

1869-01-08 – 1874-05-13, Santarém

Autos cíveis de inventário entre maiores, dos bens que ficaram por morte do Prior Francisco Nunes da Silva

PT/ADSTR/JUD/TJSTR/A – Portugal, Arquivo Distrital de Santarém. Tribunal Judicial da Comarca de Santarém: Cível. 1.º ofício de Santarém. Mç. 21 [Original]; Mç. 20, proc. 843 [Traslado]. [Em tratamento arquivístico]

 

 I. O 1.º DE MAIO EM SANTARÉM

O mês de maio abre com a comemoração do Dia do Trabalhador. Há 136 anos, a Segunda Internacional, reunida em Paris em 1889, consagrava a efeméride.

Em Santarém, a primeira referência às comemorações só a identificamos no Correio da Extremadura de 7 de maio de 1898, em nota relativa à deslocação de um grupo de 529 excursionistas a Santarém, Almeirim, Alpiarça e Vale de Santarém, tendo-se tocado, à chegada e à partida do comboio, «o Hymno 1.º de maio».

No ano seguinte (1899-05-06), a primeira página do citado periódico alude explicitamente à «Festa do 1.º de maio em Santarém» promovida por um conjunto de artistas, que, em cortejo, se deslocou ao túmulo do P. Francisco Nunes da Silva, no cemitério dos Capuchos, tendo discursado Artur dos Santos Carvalho, alfaiate, e Vítor Gonçalves de Avelar, marceneiro. Ainda refere que «foi o padre Chiquito quem legou 240 réis por dia a todos os artistas de Santarém que completassem 65 annos e mostrem assiduidade no trabalho».

A edição de 5 de maio de 1900 relata imponentes festejos com cortejos das Portas do Sol ao campo-santo onde a comissão promotora discursou e depôs «junto do tumulo do amigo dos operários (…) uma lindissima corôa de violetas (…) [e] uma dedicatória do operariado scalabitano (…)».

Em 1901, as «classes obreiras d’esta cidade» promoveram um programa com cortejo de 19 grupos profissionais, ao som do «Hymno 1.º de maio». Pela edição de 26 de abril de 1902 do citado periódico sabe-se ter sido criada a «Associação Operaria de Classes Mixtas Instructiva e Beneficiadora Francisco Nunes da Silva».

Torna-se assim evidente que, nas origens do movimento operário da cidade, Francisco Nunes da Silva, falecido a 13 de janeiro de 1869, foi figura incontornável e centro de um culto que o celebrou como seu patrono.

Mas quem foi este clérigo, ainda hoje desconhecido de tantos, cujo mausoléu se destaca na mancha cenotáfica do Cemitério dos Capuchos, em Santarém?

 

II. PADRE FRANCISCO NUNES DA SILVA (PADRE CHIQUITO)

Conservam-se até hoje informações imprecisas sobre a data do seu nascimento. Se a bibliografia existente o situa em 1790, influenciada, provavelmente, pela epigrafia da lápide sepulcral, a verdade é que foi batizado a 19 de outubro de 1788, conforme assento exarado ao f. 149 do livro de registo de batismos de São Salvador (Santarém), conservado no Arquivo Nacional Torre do Tombo (PT/TT/PRQ/PSTR21/001/00008):

«Aos dezanove dias do mes de Outubro do anno de mil e setecentos e outenta e outo baptizei e puz os Santos oleos a Francisco, filho legitimo de Ventura da Silva e de Rita Joaquina neto pella parte paterna de Manoel da Silva e de Rosa Maria e pela materna de João Nunes e de Maria Queitana forão padrinhos o Cappitam Francisco Nunes da Costa e Abreu, e madrinha D. Anna Maria Pimentel toquou por procuração sua Sezario Antonio em fe de que fiz este acento que assignei dia era ut supra. O Coajutor. O P. Joze V.ª Gomes».

Através da habilitação de genere para promoção a ordens menores e sacras (PT/TT/CEL/019/0007), conservada no Arquivo Nacional Torre do Tombo, e que correu de setembro de 1804 a 18 janeiro de 1806, colhemos alguns elementos para a biografia de Francisco Nunes da Silva e de seus ascendentes:

  • Seu pai, Ventura da Silva, sapateiro, natural do Casal do Zambujal, foi batizado na respetiva freguesia de Nossa Senhora da Visitação de Alvorninha, arcediagado de Óbidos, a 10 de maio de 1750, conforme registo lavrado ao f. 25 (PT/ADLRA/PRQ/PCLD02/001/0008). Foram padrinhos José dos Santos e Arcângela Maria. Partiu, ainda rapaz e sem ofício, para Santarém;
  • Sua mãe, Rita Joaquina, foi batizada na freguesia do Salvador (Santarém) a 24 de maio de 1753, conforme assento registado no f. 145 (PT/TT/PRQ/PSTR21/001/00006), tendo por padrinhos o P. Marcelino de Jesus e Teresa Teodora de Santa Rita;
  • Seu avô materno, João Nunes, era oficial de sapateiro, o que nos leva a crer que seu pai terá com este iniciado o seu ofício;
  • Seu avô paterno, Manuel da Silva, era filho de António da Silva, natural de Pedrais, freguesia de São João Batista, bispado de Coimbra, e de Fulgência Maria, natural do Escoural (Alvorninha). Nasceu a 28 de junho de 1716, conforme assento a f. 110 v. (PT/ADLRA/PRQ/PCLD02/001/0005). Era natural do Casal do Zambujal, foi batizado na freguesia Alvorninha e era “trabalhador de enxada”.
  • Os seus pais casaram na igreja do Salvador (Santarém) a 23 de abril de 1781, conforme registo escrito a f. 49 do livro de casamentos de Alvorninha (PT/TT/PRQ/PSTR21/002/00005).

Terá, naturalmente, frequentado o Seminário Patriarcal estabelecido em Santarém em 1780, embora não se colham evidências documentais dessa frequência. Sabe-se, contudo, que à data da assiduidade era reitor Bento José de Sousa Farinha que, tendo reformado os estudos, instituiu as seguintes cadeiras de ensino: Teologia Moral, Teologia Dogmática, Exegética, Liturgia, História Eclesiástica, Instituições Canónicas, Filosofia racional e moral, princípios de Aritmética e Geometria, Física, Retórica, História da Língua Grega e Latina, Gramática Portuguesa, Música e Cantochão.

Pouco de sabe sobre o início da carreira eclesiástica nem se encontram identificadas as tomadas de ordens, embora, considerando a data do acórdão da habilitação de genere, se devam encontrar lavradas no ms. 580 do Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa (PT/AHPL/CP/MATRICULAS/123). Este manuscrito contém inscrições de 55 períodos distintos de concessão de ordens, referentes aos anos de 1806 a 1816, num total de 4.917 registos de tomada de ordens menores e sacras.

Através do Registo Cronológico dos Párocos (U.I. n.º 68), conservado no supramencionado arquivo, conseguimos extrair algumas informações a partir de 1833:

  • Encomendação em Santa Cruz, Santarém, a 25 de outubro de 1833;
  • Encomendação em Santarém (Marvila), a 3 de novembro de 1834;
  • Encomendação em São Julião, Santarém, a 3 de novembro de 1834;
  • Encomendação em S. Salvador, Santarém, a 16 de dezembro de 1835, tendo por coadjutor, a partir de 1867, António Pedro da Costa, que viria a ser promovido bispo de Damão em 1886;
  • Colação em São Julião, e anexa de São Lourenço, em 4 de fevereiro de 1845;
  • Colação em Santarém (Marvila) a 9 de dezembro de 1845;
  • A 6 de outubro de 1852 é pároco colado de uma das maiores freguesias de Santarém por anexação das de S. Julião, S. Lourenço, S. Estêvão, S. Martinho, Santiago e S. Maria da Alcáçova.

O P. Francisco Nunes da Silva faleceu a 13 de janeiro de 1869, tendo deixado dois testamentos. Um, cerrado, de 12 de novembro de 1867; outro, público, de 25 de dezembro de 1868.

 

III. TESTAMENTO(S) E QUESTÕES SOCIAIS: RESPOSTA AOS PROBLEMAS DO OPERARIADO

Segundo João Carlos Brigola (1989: 17) «a criação de um Montepio, em 1854 (…) não deixou indiferente o Padre Chiquito (…) ao ponto de, não só lhe doar avultada quantia, mas também deixar à sua Direcção a execução testamentária».

Esta sociedade, denominada «Montepio de Nossa Senhora da Conceição de Santarém», tinha por objeto socorrer os seus sócios na doença, velhice, prisão e morte (Cap. I; art.º 2.º); a sua direção só era aprovada mediante a integração de seis artistas (operários) (Cap. VII; art.º 51.º).

Para alcançar os motivos das preocupações testamentárias do P. Chiquito teremos de compreender o conceito de «Zeitgeist», popularizado por Hegel: o pensamento e ação da humanidade encontra-se intrinsecamente ligado a este espírito da época, ou seja, ao conjunto de ideias, crenças, valores, preocupações e tendências culturais, sociais, políticas e económicas que predominam num determinado contexto histórico.

Se associarmos a criação do Montepio em 1854, a proliferação de associações mutualistas no país na segunda metade do séc. XIX e a afamada encíclica de Leão XIII «Rerum Novarum», de 15 de maior de 1891, sobre a condição dos operários, encontramos o caldo ideológico e doutrinal que esteve na base das preocupações sociais do final dessa centúria e que moldou quer doutrinas políticas, quer a doutrina social da Igreja até aos nossos dias.

Do testamento cerrado do P. Francisco Nunes da Silva, de 1867, destacamos a preocupação com a melhoria da vida dos pobres. Assim, determina o Cura:

«Deixo ao Monte-Pio Nossa Senhora da Conceição, a que tenho a honra de pertencer 4 acções do Banco de Portugal; e a todo o Homem Oficial (oficio mecânico) desta Vila, que completar 65 anos, que juntar atestado de pobreza, bom comportamento, e assiduidade ao trabalho, enquanto poude (…) se abonarão da minha fazenda doze vintens diários, enquanto viver, e se não houverem tantos nestas circunstâncias, que absorvam os rendimentos o que restar será aplicado no Asilo, que está em projecto para esta Vila; mas logo que apareça oficial mecânico nas circunstâncias, receberá os seus doze vinténs diários».

O testamento público de 25 de dezembro de 1868 trouxe apenas alterações ao nível da nomeação do testamenteiro, entregando à Direção do Montepio a execução das disposições.

De acordo com Brigola (1989: 22) beneficiaram deste legado, entre janeiro de 1883 e dezembro de 1986, 482 operários de 40 ofícios distintos, de que se destacam os de albardeiros, segeiros, odreiros, esparteiros, pedreiros, carpinteiros, sapateiros, serralheiros e pintores. Em 1987 ainda se encontravam registados 78 legatários com uma pensão mensal de 720$00.

 

 IV. OS AUTOS CÍVEIS DE INVENTÁRIO ENTRE MAIORES DOS BENS QUE FICARAM POR MORTE DO PRIOR FRANCISCO NUNES DA SILVA

O Arquivo Distrital de Santarém conserva em seus depósitos o processo judicial que procede ao inventário dos bens que ficaram por morte do P. Chiquito. Trata-se de um inventário facultativo, também designado «de maiores» ou »entre maiores». Podiam ser solicitados por um ou mais interessados na ausência de acordo em partilha amigável de bens que constituíam a herança, sempre que não houvesse herdeiros a necessitar de tutela. Contêm geralmente as mesmas peças processuais dos inventários obrigatórios e ainda os documentos decorrentes da parte conflitual. Incluem Declaração de cabeça de casal; Relação de bens e Descrição de bens; Auto de licitações; Mapa de partilha. O testamento, a existir, integrava igualmente o inventário.

O processo em análise compreende 673 fólios. É iniciado pelo curador geral dos órfãos pois «constando-lhe agora que o Reverendo Prior Francisco Nunes da Silva (…) se acha gravemente enfermo e quasi moribundo, e que não tem herdeiros conhecidos, ao passo que em sua casa existem valores importantes e documentos pertencentes a Archivos Públicos» [f. 3], exige exame do enfermo e eventual arrecadação de bens.

O exame foi realizado no dia 9 de janeiro de 1869. Estiveram presentes Manuel Joaquim Gomes, juiz de direito da Comarca de Santarém, e Manuel Venâncio Deslandes, delegado do Procurador Régio e Curador dos Órfãos. Assistiram ainda os médicos António dos Santos e António Mendes Pedroso. Foram testemunhas João Manuel de Carvalho e Manuel Ribeiro Pinto. Declararam que o sacerdote «não está no uso pleno de suas faculdades intelectuais, e por concequencia incapaz de reger sua pessoa e bens (…) gravemente doente, cachetico (…) moribundo (…) julgando muito provavel que a morte sobrevenha por estes does ou trez dias» [f. 6]. Assim, no mesmo dia foi feita a arrecadação dos bens e nomeado depositário Alexandre Marques Sampaio [f. 8-11].

Com a morte do eclesiástico, no mesmo 13 de janeiro de 1869 foi solicitado o arrolamento dos bens pelo Curador dos Órfãos [f. 12]. Novos autos de arrecadação foram lavrados a 14, 15, 16, 17, 19 e 22 de janeiro [f.13-54v.]. Os presentes foram informados pelo depositário, aquando do primeiro auto, que o corpo do presbítero fora entregue a Silvério Alves da Cunha que se apresentara com o testamento público pelo qual fora nomeado testamenteiro. Este, conjuntamente com José de Faria Pereira, apresentaram cópia dos dois testamentos, sendo-lhes determinada, a 25 de janeiro de 1869, a posse e gerência da herança, deferindo-se-lhes o juramento de inventariantes [f. 55-66].

Um indeferimento que não lhes reconhece a qualidade de cabeça de casal pronunciado em audiência logo a 27 de janeiro, e suportado pelas disposições 1896-1899 e 2067 do Código Civil, iniciam um procedimento  de tentativa de posse da herança por António Maria Gameiro Cardoso, nomeado herdeiro e testamenteiro no primeiro testamento cerrado [f. 67-81]. São novamente apresentados traslados dos testamentos e o Curador Geral dos Órfãos, em face da litigância, entende «acertado que seja nomeado Inventariante o Depositario dos bens arrecadados, que oferece as melhores garantias de guarda e administração» [f. 80v.].

Silvério Alves da Cunha e José de Faria Pereira recorrem para a Relação de Lisboa, nomeando seu procurador o advogado Joaquim Maria da Silva [f. 82-83]. O termo de agravo foi redigido a 1 de fevereiro de 1869 e a 16 do mesmo mês foi comunicado a António Maria Gameiro Cardoso não ter direito a tomar posse da herança [f. 87-87v.]. Face ao pronunciamento da Relação de Santarém, Gameiro Cardoso constitui o advogado Augusto dos Santos Ferreira de Miranda seu procurador na causa [f. 88-88v.].

O processo arrasta-se. Em face do desentendimento dos testamenteiros, em março de 1869, os administradores do Hospital de Jesus Cristo de Santarém declararam recebida a herança (perdão de dívida) solicitando redução a termo assim que concluso o inventário [f. 91-93v.]. Também os testamenteiros Silvério Alves da Cunha e José de Faria Pereira veem deferida a reclamação do legado de dez contos de reis a cada [f. 101-105v.].

A 12 de abril de 1869 foi nomeado para cabeça de casal Alexandre Marques Sampaio, que fundamentou pedido de escusa [f. 96-99]. Logo a 24 do mesmo mês a nomeação recaiu sobre Francisco Freitas de Macedo que prestou juramento a 8 de maio [f. 106], sendo-lhe entregues os bens a 11 de maio pelo antigo depositário e redigido o respetivo auto de entrega [f. 108-109].

Entre os f. 111 e 139 encerram-se documentos necessários ao levantamento da quantia e letras deixadas aos testamenteiros Silvério Alves da Cunha e José de Faria Ferreira, culminando na redação de termos de entrega com data de 6 e 7 de junho de 1869.

Os litígios entre testamenteiros continuaram e deixaram testemunho documental entre os f. 140 e 190. António Maria Gameiro Cardoso reclamou a qualidade de herdeiro e testamenteiro; a 31 de agosto de 1869 foi redigido um auto de entrega de bens a favor deste.

Ao f. 190 os testamenteiros sobreditos requereram a continuação do inventário para a qual havia sido investido como cabeça de casal Francisco de Freitas Macedo e o arrendamento dos bens de raiz, indeferidos em razão do processo que corria na Relação em que era autor António Maria Gameiro Cardoso.

A contestação, sempre presente, agudizou-se com o criação do «Asylo de Santo António» por alvará de 5 de abril de 1870, e em que foram nomeados membros da comissão administrativa Pedro de Sousa Canavarro, Anselmo Braamcamp Freire, Silvério Alves da Cunha, Alexandre Marques de Sampaio e Pedro António Monteiro.

Continuada a litigância, a 10 de junho de 1871 reuniu-se o Conselho de Família designando Gameiro Cardoso para cabeça de casal e o advogado José Manuel da Silva Anacoreta como curador do inventário [f. 262-265]. A nomeação de louvados ocorreu a 3 de julho de 1871 [f. 278].

O inventário dos bens correu a 4 de outubro de 1871 e encontra-se registado a f. 288-443v. São arrolados 645 itens com a seguinte distribuição: Bens móveis: 1-296A; Livraria: 297-565; Prata e Ouro: 566-600; Papéis de crédito: 601-604; Bens de raiz: 605-645.

Nos fólios sequentes encontram-se registadas reivindicações dos bens legados e a execução testamentária pelo curador nomeado, em articulação com o cabeça de casal e as disposições do Conselho de Família, a saber: das criadas de servir Miquelina da Conceição e Libânia de Jesus para arrecadação de legado pecuniário [f. 446-448v.]; da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Santarém e Hospital de Jesus Cristo para recebimento de dividendos de ações do Banco de Portugal [f. 449-450]; da Junta da Paróquia de Marvila para restituição de livros e títulos de crédito da extinta Irmandade do Santíssimo Sacramento [f. 451-452]; de José de Faria Pereira e Silvério Alves da Cunha da verba para construção do jazigo [f. 453]; dos enfermeiros João Lopes da Fonseca e Maria Vitória da Conceição para recebimento dos bens pecuniários legados [f. 487; 535], do Montepio Artístico de Nossa Senhora da Conceição para receção de quatro títulos de cinco ações do banco de Portugal [f. 554]. Ocupam vários fólios os autos de venda e arrematação das propriedades, domínios diretos e indiretos.

Relativamente ao monumento fúnebre erigido no cemitério dos Capuchos, a f. 518 e seguintes são apresentados pelos testamenteiros os planos do mausoléu para encerramento dos restos mortais do P. Chiquito com a chancela da oficina lisbonense de cantaria Germano José de Sales. Foram tomadas diligências tendo em vista a alienação da propriedade que financiasse o projeto.

Novos riscos são compilados ao f. 537-538, apresentados por Augusto Alves Loureiro, mestre canteiro de Lisboa, que veio a realizar a obra por resolução do conselho de família de 18 de agosto de 1873 [f. 539-542], após venda da propriedade de Alvisquer, a 24 de agosto de 1873, pela quantia de um conto e cento e dois mil reis [f. 547-550].

 

BIBLIOGRAFIA

Fontes manuscritas:

Portugal. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Câmara Eclesiástica de Lisboa. Habilitações de genere de Francisco Nunes da Silva, Mç. 190, proc. n.º 7 [PT/TT/CEL/001/190/07].

Portugal. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Paróquia de São Salvador: Registo de batismo de Francisco Nunes da Silva, liv. 8, f. 149. [PT/TT/PRQ/PSTR21/001/00008]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: <https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/a03634c32e584123b43ee317d5fe9fe5?isRepresentation=false&selectedFile=30229721&fileType=IMAGE >[imagem 151].

Portugal. Arquivo Distrital de Leiria. Paróquia de Alvorninha – Concelho de Caldas da Rainha: Registo de batismo de Ventura da Silva, liv. 8, f. 25. [PT/ADLRA/PRQ/PCLD02/001/0008]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: <https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/6484c0132b7140bebd753944c3283ac1?isRepresentation=false&selectedFile=46061834&fileType=IMAGE>[imagem 25].

Portugal. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Paróquia de São Salvador: Registo de batismo de Rita Joaquina, liv. 6, f. 145. [PT/TT/PRQ/PSTR21/001/00006]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: <https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/2ad156b57eb74c6da91bcc92771e5a22?isRepresentation=false&selectedFile=30227795&fileType=IMAGE> [imagem 163].

Portugal. Arquivo Nacional Torre do Tombo. Paróquia de São Salvador: Registo de casamento de Ventura da Silva e Rita Joaquina, liv. 5, f. 49. [PT/TT/PRQ/PSTR21/002/00005]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: <https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/85e6bbd41ff94f5cac260a83d9b93a87?isRepresentation=false&selectedFile=30228917&fileType=IMAGE> [imagem 50].

Portugal. Arquivo Distrital de Leiria. Paróquia de Alvorninha – Concelho de Caldas da Rainha: Registo de batismo de Manuel da Silva, liv. 5, f. 110v.. [PT/ADLRA/PRQ/PCLD02/001/0005]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/0d3013d9b9554d7583b91fb38d0c5116?isRepresentation=false&selectedFile=46061432&fileType=IMAGE> [imagem 113].

Portugal. Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa. Câmara Patriarcal: Autos de colação do Priorado de S. Julião e S. Lourenço de Santarém de Padre Francisco Nunes da Silva.

Portugal. Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa. Câmara Patriarcal: Registo de matrículas. [Ms. 580].

Portugal. Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa. Câmara Patriarcal: Registo Cronológico dos Párocos. [U.I. n.º 68].

Portugal. Arquivo Histórico do Patriarcado de Lisboa. Câmara Patriarcal: Regulamento dos Estudos Theologicos para o Seminario do Patriarchado, formado por ordem do Em.mo, e R.mo Senhor Cardial de Mendonça Patriarcha de Lisboa. 31 de Janeiro de 1793. [Ms. n.º 785].

Portugal. Arquivo Distrital de Santarém. Paróquia de Santa Maria de Marvila de Santarém: Registo de óbito de Francisco Nunes da Silva, liv. 1, f. 41-41v. [PT/ADSTR/PRQ/PSTR12/003/0001]. [Em Linha]. [Consult. 29 abr. 2025] Disponível em WWW. <URL: https://digitarq.arquivos.pt/fileViewer/0d708ca8d155490d9c6d5a425646bfc9?isRepresentation=false&selectedFile=50054469&fileType=IMAGE> [imagem 291-292].

 

Fontes impressas:

O Passeio de recreio a Santarém. In Correio da Extremadura. 370 (7 mai. 1898) 2. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível em WWW. <URL: <https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/03/31/correio-da-extremadura-no370-07mai1898/>

Festa do 1.º de maio em Santarém. In Correio da Extremadura. 421 (6 mai. 1899) 1. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível em WWW. <URL: <https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/03/31/correio-da-extremadura-no421-06mai1899/>

As festas do 1.º de maio em Santarém. In Correio da Extremadura. 473 (5 mai. 1900) 3. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível na internet: https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/04/01/correio-da-extremadura-no473-05mai1900/

Programma das Manifestações no 1.º de maio de 1901 em Santarém. In Correio da Extremadura. 524 (27 abr. 1901) 3. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível em WWW. <URL: https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/04/01/correio-da-extremadura-no524-27abr1901/ >

O 1.º de maio em Santarém. In Correio da Extremadura. 525 (4 mai. 1901) 3. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível em WWW. <URL: <https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/04/01/correio-da-extremadura-no525-04mai1901/>

O 1.º de maio em Santarém. In Correio da Extremadura. 576 (26 abr. 1902) 2. [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível em WWW. <URL: https://arquivo.correiodoribatejo.pt/2022/04/01/correio-da-extremadura-no576-26abr1902/>

Portugal. Arquivo Distrital de Santarém. Governo Civil de Santarém. Estatutos da sociedade denominada Monte-Pio de N. S. da Conceição de Santarém. Lisboa: 1859. [PT/ADSTR/ACD/GCSTR].

 

Estudos:

BRIGOLA, João Carlos – O Padre Francisco Nunes da Silva (1790-1869) nas origens do Movimento Operário de Santarém. Santarém: Câmara Municipal, 1989.

CARVALHO, Luís – O operário Ernesto da Silva, o socialismo em Portugal, e o 1º de Maio em Santarém. In Correio do Ribatejo (6 mai. 2023). [Em linha]. [Consult. 24 abr. 2025]. Disponível na internet: https://correiodoribatejo.pt/o-operario-ernesto-da-silva-o-socialismo-em-portugal-e-o-1o-de-maio-em-santarem/

COSTA, Américo – Diccionario chorografico de Portugal continental e insular. Porto: Liv. Civilização, 1948.

Esta notícia foi publicada em 2 de Maio de 2025 e foi arquivada em: Documento em Destaque.