INDÚSTRIAS E INDUSTRIAIS – 7. A COMPAL, Companhia Produtora de Conservas Alimentares, SARL, 1952 | Arquivo Distrital de Santarém
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1 de Abril de 2023

INDÚSTRIAS E INDUSTRIAIS – 7. A COMPAL, Companhia Produtora de Conservas Alimentares, SARL, 1952

1952, março, 28 – Junta Nacional das Frutas

Ofício (cópia), de 18 de março de 1952, do presidente da Junta Nacional das Frutas, Mário de Brito Soares, ao Ministro da Economia sobre a transferência do empréstimo de 3.500 contos, concedido em 1950 pela Junta à ENCA – Empresa Nacional de Conservas Alimentares, Lda., para remodelação e ampliação das suas instalações industriais no Entroncamento, para a COMPAL – Companhia Produtora de Conservas Alimentares, SARL. Tem junto o despacho do Subsecretário de Estado da Agricultura autorizando a dita transferência com a hipoteca associada.

PT/ADSTR/NOT/CNENT/017/0020 – Arquivo Distrital de Santarém, Cartório Notarial do Entroncamento, Documentos do livro de notas para escrituras diversas n.º 20, Doc. n.º16, fl.20

A COMPAL – Companhia Produtora de Conservas Alimentares, SARL, com sede no Entroncamento, tinha por objeto a exploração da indústria e comércio de derivados de frutos, produtos hortícolas e quaisquer outra espécies vegetais, bem como de produtos de origem animal. Foi constituída por escritura de 26 de janeiro de 1952, nas notas do notário de Santarém, Amílcar Coimbra Leitão[1]. Detinha um capital inicial de sete mil contos, dividido em ações unitárias de mil escudos.

Resultou da fusão com a ENCA – Empresa de Conservas Alimentares, Lda., nome adotado pela Sociedade Produtora de Frutas Líquidas, a 5 de abril de 1950[2]. Contava entre os seus acionistas, para além de industriais, proprietários agrícolas e lavradores do Ribatejo, engenheiros agrónomos e regentes agrícolas, bem como outros quadros técnicos superiores.

A Sociedade Produtora de Fruta Líquida, tinha sido constituída por escritura de 2 de maio de 1946[3], e teve por mentor António Marques Agostinho, falecido em 1949. Empresa pioneira, possuía moderna tecnologia e quadros técnicos qualificados.

No dia 29 de março, a COMPAL comprou à Sociedade Produtora de Fruta Líquida o seu prédio, composto por três corpos de edifícios, com seus logradouros, nas Vaginhas, Entroncamento, pela importância de um milhão e quatrocentos e oitenta mil escudos, todas as máquinas, motores, aparelhos, instalações e respetivos acessórios, pelo preço de dois mil contos[4], e ainda, todas as obrigações e encargos com o empréstimo de três mil e quinhentos contos de que era devedora à Junta Nacional das Frutas. A sociedade em nome coletivo, José Marques Agostinho, Filhos & Companhia renunciou a todos os direitos reservados na venda que fez do terreno onde se achavam edificadas as unidades fabris à Sociedade Produtora de Fruta Líquida.

O documento que publicamos hoje expõe as vantagens que o presidente da Junta Nacional das Frutas, Mário de Brito Soares reconheceu na fusão das duas empresas, correspondendo […]”ao desejo de agregar ao grupo constituído pelos actuais sócios desta [ENCA], vários categorizados proprietários e lavradores do Ribatejo, produtores das matérias primas fundamentais, que assim viriam reforçar as disponibilidades existentes, oferecendo uma mais fácil “mise-en-marche” da fábrica do Entroncamento e firmando a vida da empresa numa colaboração directa e efectiva com a lavoura local.” […] “Quanto ao aspecto económico, também nenhuns inconvenientes se oferecem antes parecendo até que os valores garantes se mostram reforçados pela maior viabilidade que a posição financeira da nova Companhia outorgará ao empreendimento.”

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[1] Jacinto Alves Agostinho, filho de António Marques Agostinho, sócio da ENCA e da sociedade José Marques Agostinho, Filhos & Companhia, possuía a cota de valor mais elevado, dois mil e quinhentos contos, seguido do engenheiro António Vaz Monteiro Gomes, com mil e quinhentos contos

[2] Escritura de reforço de capital, alteração de artigos do pacto social, entrada de novos sócios, e adoção de nova firma, lavrada de f.9v. e segts. do livro de notas para escrituras diversas n.º10, do notário do Entroncamento.

[3] Escritura lavrada a f.22v. do liv. 163, da notária de Vila Nova da Barquinha.

[4 ] Cf. Relação das máquinas e acessórios vendidos à “COMPAL” – Companhia Produtora de Conservas Alimentares SARL, Doc. n.º17, f.21, referente à mesma escritura.

 

Referências:

COMPAL -As nossas raízes. [Carnaxide]: [Consult. 2023]. Disponível em WWW:<URL:<https://www.compal.pt/raizes/>

PIRES, Leonardo Alexandre Aboim -A Junta Nacional das Frutas: corporativismo, desenvolvimento industrial e modernização agrícola no Estado Novo (1936-1974). Lisboa: UNL/FCSH, 2018. Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História Contemporânea

POITOUT, Maria Manuela -A saída da COMPAL do Entroncamento in EOL -EntroncamentoOnline, 12-09-2021 [consult. 23-02-2023] disponível em WWW:<URL:https://www.entroncamentoonline.pt/portal/manuela-poitout-a-saida-da-compal-do-entroncamento/>

 

Esta notícia foi publicada em 1 de Abril de 2023 e foi arquivada em: Documento em Destaque.