Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2022 : Igreja de São João Batista de Abrantes | Arquivo Distrital de Santarém
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18 de Abril de 2022

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2022 : Igreja de São João Batista de Abrantes

Classificada como Monumento Nacional pelo Dec. 37.077, de 29 de setembro de 1948

Foi fundada pela rainha Santa Isabel em 1300 e promovida a igreja paroquial, por D. Afonso IV, em 1326.

Durante o domínio dos Filipes o templo foi reconstruído, tendo as obras decorrido entre 1584 e 1674 de forma faseada e a cargo de vários responsáveis.

O primeiro contrato para execução das obras de intervenção na capela-mor e em duas capelas junto a ela, foi firmado em 2 de julho de 1584 (Cartório Notarial de Abrantes, tabelião Manuel da Maia, Notas para escrituras diversas, fl. 86 v. a 91 (n.º ord.1)), entre os beneficiados da igreja e o arquiteto e mestre de obras Pedro Sanches, de Castelo Branco. Este contrato tinha no seu teor “[…]  mandar arrancar toda a pedra de cantaria […] fazer a capela-maior, acrescentá-la para detrás do altar-mor de pedraria […] obrigado a fazer de pedraria da serra de Boleiros, a saber: o casco e arcos que vão da capela-mor para as capelas das naves […] dous portados nas portas das sacristias da dita igreja, fará sinco degraus […] o enlagiamento da dita capela e duas frestas […] E assim fará mais duas capelas, de cada ilharga da capela-mor sua, que será uma conforma a outra […]”.

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A obra deveria estar concluída até 1 de janeiro de 1587. Contudo, por falta de verba as obras foram suspensas até haver autorização régia (ANTT, Chanc. Filipe I, Liv. 5 de Privilégios, fl. 194 v.) para uma finta para que reiniciassem os trabalhos em 1589, data essa que se encontra gravada nas janelas da capela-mor indicando o final da execução.

Em 15 fevereiro de 1620 foi estabelecido mais um contrato para nova fase de obras, (Cartório Notarial de Abrantes, tabelião Francisco Cassão, Notas para escrituras diversas, fls. 33 v. a 35 v. (nº ord. 218,)) entre Francisco d’Almeida, reitor das obras da dita igreja e João Pimentel, escrivão das mesmas com o mestre pedreiro de Tomar, Miguel Fernandes para “[…] haver de trazer ao porto de Pai de Pelle [hoje Praia do Ribatejo] setenta carradas de pedra de Boleiros para a dita obra […]” para a conclusão do arco das naves, dos pilares e das portadas.

Sofreu reformas posteriores (meados do séc. XIX e XX), como a requalificação da capela-mor, com a substituição do altar existente pelo retábulo da igreja do Convento de S. Domingos desativada pela extinção das Ordens Religiosas masculinas.

Chegou a encerrar ao culto em 1913, em consequência da Lei da Separação das Igrejas e do Estado e em 21 de outubro de 1917 foi entregue uma proposta à Comissão Concelhia da Lei da Separação, para ali se instalar um museu municipal ou regional. Esta proposta acabaria por não ser viabilizada, acabando o templo por reabrir ao culto em 20 de janeiro de 1918.

Em 1987 foram feitos restauros do teto da capela-mor e em 1996, obras de conservação geral.

Esta notícia foi publicada em 18 de Abril de 2022 e foi arquivada em: Documento em Destaque.